terça-feira, 19 de março de 2024

CRAQUES DE ONTEM E DE HOJE: Renaldo


Renaldo Lopes da Cruz nasceu em Cotegipe (BA), no dia 19 de março de 1970.

No Guará
Renaldo começou nas categorias de base do Clube de Regatas Guará, do DF. Com Renaldo marcando decisivos gols, o Guará conquistou pela primeira vez o campeonato brasiliense de juniores de 1990.
Em janeiro de 1991, o Guará foi o representante do futebol brasiliense na Copa São Paulo de Juniores. O Guará não realizou uma boa campanha, mas foi a primeira oportunidade que Renaldo teve para mostrar que tinha futuro como atacante.
Logo depois, mais precisamente no dia 4 de maio de 1991, Renaldo fez sua estreia na equipe titular do Guará, no CAVE, no empate em 1 x 1 com o Ceilândia. O primeiro gol entre os profissionais aconteceria uma semana depois, no Mané Garrincha, na vitória de 2 x 1 sobre o Taguatinga.
Ao todo foram 27 jogos com a camisa do Guará, tendo marcado cinco gols.
Também em 1991, Renaldo foi convocado para defender o DF no Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, promovido pela CBF, mas que não teve encerramento.
Para coroar seu brilhante ano, em dezembro de 1991, a Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos (ABCD) premiou com troféus e medalhas os três atletas que mais se destacaram ao longo da temporada de 1991, em 42 modalidades esportivas. No futebol os três indicados foram Renaldo, do Guará, e Dorival e Carlinhos, do Taguatinga. Renaldo foi o vencedor.

Antes de ser encerrado o ano de 1991, o dirigente José Carlos Farinhaki, do Atlético Paranaense, que tinha vislumbrado em Renaldo um grande talento, o levou para jogar no rubro-negro paranaense. Apesar de ir bem nos treinos, Renaldo não tinha chance no time de cima. O técnico Geraldo Damasceno não o colocava entre os titulares.
Como muitas vezes acontece, os diretores insistiam para que o técnico pelo menos relacionasse o jovem atacante para o banco de reservas para os jogos do Atlético Paranaense no Campeonato Brasileiro de 1992. Na quinta rodada, no dia 20 de fevereiro de 1992, o Atlético Paranaense levou um chocolate do Cruzeiro no Mineirão: 4 x 0. Renaldo estava no banco, mas não entrou. No jogo seguinte, no dia 23 de fevereiro, contra o Bahia, na Fonte Nova, ele estava no banco. Aos trinta minutos do segundo tempo, Geraldo Damasceno tirou João Carlos para a entrada de Renaldo. Logo em sua primeira jogada, Renaldo tabelou com Carlinhos e recebeu na área para escorar de cabeça e fazer o terceiro gol do time paranaense, o gol da vitória de 3 x 2. No jogo seguinte, dia 7 de março, contra o Goiás, no Pinheirão, o Atlético ganhou por 2 x 0 e Renaldo já estava no time titular. 
Renaldo começou a despontar no jogo do dia 14 de março, contra o Atlético Mineiro, no Mineirão. O Atlético Paranaense ganhou de 3 x 2, com dois gols de Renaldo. Naquele Brasileiro, Renaldo ainda marcaria nos empates no Pinheirão, contra o Sport Recife, e contra o Guarani. Ele começava a se destacar no Atlético Paranaense, terminando a competição como artilheiro da equipe, com cinco gols. 
Logo depois de encerrado o campeonato brasileiro, Renaldo foi com o Atlético Paranaense a uma excursão invicta à Europa. Encerrou o ano disputando o campeonato paranaense pelo Atlético.
Os dois gols marcados por Renaldo contra o Atlético Mineiro, porém, não foram esquecidos pelos dirigentes desse clube, que o levaram em 1993 para Belo Horizonte.

No Atlético Mineiro viveu sua melhor fase.
Fez sua estreia no dia 19 de agosto de 1993, na derrota para o Fluminense, por 2 x 0.
Atuou no Atlético Mineiro até 1996. Com boas atuações, conquistou as artilharias do Campeonato Mineiro de 1995 (quando também foi campeão estadual) e o Brasileiro de 1996, com 13 e 16 gols (ao lado de Paulo Nunes), respectivamente. Na sua primeira passagem pelo Atlético Mineiro, fez 159 jogos e marcou 74 gols.
A fase era tão boa que Renaldo foi convocado pelo técnico Zagalo para a Seleção Brasileira. E disputou pelo Brasil uma partida amistosa contra Camarões, no dia 13 de novembro de 1996, no Pinheirão, em Curitiba. O Brasil ganhou de 2 x 0, gols de Djalminha e Giovanni.

No La Coruña
Seu bom momento chamou a atenção do presidente do Deportivo La Coruña, da Espanha, Augusto César Lendoiro, admirador confesso do futebol brasileiro. Firmou então um contrato de quatro temporadas com o clube espanhol.
Quando Renaldo chegou ao La Coruña, para disputar a temporada 1996/1997, para ocupar a vaga do ídolo Bebeto, deu uma declaração que jamais deixaria de persegui-lo. Disse ele ao ser entrevistado: “Sou uma mescla de Ronaldo com Rivaldo”.
Não teve uma boa passagem pelo La Coruña. Sofreu com o falecimento de seus pais nos meses de fevereiro e março de 1997 e de um irmão, além da enfermidade de um filho, que permanecera gravemente doente no Brasil. As viagens ao Brasil por esses motivos tornaram-se uma constante e dificultaram sua adaptação às competições europeias.
Enfrentando todos esses problemas, ainda assim se esforçou para reduzir ao máximo suas ausências e colocar-se à disposição do treinador. 
Sua estreia, frente ao Barcelona, na 18ª rodada do Campeonato Espanhol, foi com derrota por 1 x 0 em casa. O primeiro dos cinco gols que faria pelo clube saiu na rodada 23 (empate contra o Celta de Vigo por 2 x 2). Seus outros tentos seriam marcados contra o Real Oviedo (2), Racing Santander e Valencia.
Conquanto o time tenha assegurado a terceira colocação no campeonato nacional, atrás apenas de Real Madrid e Barcelona, havia no La Coruña uma disposição de não contar com o futebol de Renaldo.

Todavia faltavam três anos de contrato e a solução encontrada pela diretoria do La Coruña foi emprestá-lo, fato que ocorreu em três ocasiões: a primeira delas, no Corinthians, onde jogou 28 partidas no período 1997/1998 e marcou apenas dois gols. Devolvido ao La Corunã, voltou à Espanha para defender o Las Palmas, da Segunda Divisão, onde disputou 50 partidas em dois anos e anotou 14 gols.
Logo depois, ainda na Segunda Divisão espanhola, defendeu o Lleida na temporada 1999/2000, disputando 17 jogos e marcando oito gols.
Depois que terminou seu contrato com o La Coruña, foi contratado para a temporada 2000/2001, pelo Extremadura, da Segunda Divisão da Espanha, marcando apenas um gol em quinze jogos e ainda viu seu time ser rebaixado.

No América Mineiro
Durante o período de férias, Renaldo recebeu notícias do interesse de outro clube de Minas Gerais, o América, de Belo Horizonte. No campeonato mineiro de 2002 anotou quatro gols nos vinte jogos que disputou com o América.
Retornou ao Atlético Mineiro para a disputa do Campeonato Brasileiro. Em 24 ocasiões, assinalou 5 gols.
Seu último jogo no Atlético Mineiro foi em 27 de novembro de 2002, com derrota para o Corinthians, por 2 x 1.
No total pelo Atlético Mineiro foram 183 jogos e 79 gols.
Em 2003, no Paraná Clube, voltou a ser o grande artilheiro de outros tempos, marcando 30 gols em 41 jogos pelo Campeonato Brasileiro desse ano, perdendo o primeiro posto entre os artilheiros da competição para Dimba, do Goiás, que marcou 31. Luís Fabiano, do São Paulo, também marcou 30 gols.

Esse ótimo desempenho chamou a atenção do FC Seoul, da Coréia do Sul, que o contratou em 2004. No time coreano jogou 11 partidas e anotou um gol apenas. Nesse mesmo ano regressou ao Brasil.
Desde então, Renaldo foi trocando de clube, ano após ano:

No Ceilândia
2004 – Palmeiras (9 jogos, nenhum gol)
2005 – Paraná e Coritiba
2006 – Náutico e Vitória-BA
2007 – Ceilândia (um jogo, um gol)
2008 – Democrata, de Sete Lagoas (MG) e Capital (DF)
2009 – Dom Pedro II (doze jogos e cinco gols) e Capital (DF), na Terceira Divisão do DF
2010 – Serrano, de Prudentópolis (PR)

No Dom Pedro II
Em janeiro de 2011 assinou contrato com o Esporte Clube Itaúna (MG), onde seguiu jogando com 40 anos. Nesse mesmo ano foi contratado pelo Vilavelhense, do Espírito Santo, seu último clube como profissional.
Retornou para Curitiba, onde passou a morar e disputar campeonatos de futebol amador.

CURIOSIDADE

Renaldo tinha a fama de não perder pênaltis. Ele próprio vivia alardeando esse fato.
Mas no futebol não há mal que dure sempre e nem bem que nunca acabe. Por isso, no dia 9 de julho de 2005, ele perdeu dois pênaltis numa mesma partida contra o Figueirense, no Pinheirão. Uma falta de sorte que não prejudicou o Paraná Clube que acabou vencendo o adversário por 3 x 0. E assim a partida terminou com um goleiro, Edson Bastos, derrotado embora tenha defendido dois pênaltis e um centroavante vencedor chateado porque errou as duas cobranças. O mais interessante é que o jogador tinha crédito com a torcida e em vez de ser vaiado, saiu de campo aplaudido.

segunda-feira, 18 de março de 2024

CAMPEONATO DE FUTEBOL AMADOR DE TAGUATINGA - 1981



O campeonato promovido pela UET - União dos Esportes de Taguatinga (que tinha como Presidente Augusto Rodrigues de Lima) contou com a presença de 24 equipes, sendo doze de Taguatinga Sul e igual número representando a região Norte da cidade.
Na Chave “Norte” as equipes foram América, Cascavel, Cruzeiro, Guarany, Ideal, Independente, Internacional, M Norte, Musa, S.E.M. Norte, Treze e União.
A Chave “Sul” foi composta por ARIES, Buteko, Chapecó, Comercial, Estrela, Ferroviária, Juventus, Leal, Nacional Sporting, A. A. Pioneira, Royal e 21 de Abril.
Iniciado em março, teve o 1º turno encerrado no dia 14 de junho, quando foram conhecidos o campeão e o vice-campeão dessa fase:
Nas semifinais do 1º turno, o Leal (1º colocado da Chave Sul) venceu ao América (2º colocado da Chave Norte) por 3 x 0 e o Musa (1º colocado da Chave Norte) levou a melhor sobre a Pioneira (2ª colocada da Chave Sul).
O Leal venceu o Musa e conquistou o título de campeão do 1º turno.
O mesmo cruzamento do 1º turno aconteceu no segundo (1º de A x 2º de B e 1º de B x 2º de A). O Leal venceu o Internacional e América e Pioneira empataram em 1 x 1, resultado que favoreceu o América.
A primeira partida da melhor de três pontos aconteceu no dia 13 de dezembro de 1981.
O Leal sagrou-se bicampeão de Taguatinga por antecipação ao ganhar do América, no dia 13 de dezembro de 1981, pela contagem de 3 x 0. Dedinho, no 1º tempo, e Russo e Nilton na segunda etapa, marcaram os gols do Leal. O jogo foi realizado no campo da Associação Esportiva Gravia.
O Leal chegou ao bicampeonato atuando com Daniel, Tonhão, Elson, Bolinha e João Lúcio (Butão); Dedinho, Joãozinho e Vaca; Russo, Messias e Japão (Nilton). Técnico: Eurípedes Bueno.
No segundo jogo, uma semana depois, o título foi confirmado com o empate de 1 x 1.
No 1º turno, o Leal fez 14 partidas e perdeu apenas uma. Assinalou 46 gols e sofreu apenas quatro. Sua maior goleada foi de 11 x 0 sobre o ARIES. No segundo turno, o Leal cumpriu 15 jogos, dos quais ganhou treze e empatou dois. Marcou 41 gols e seu bom goleiro Daniel deixou passar sete, totalizando onze gols em todo o campeonato. No geral, o Leal assinalou 87 gols e sofreu 11.
Ao América coube o vice-campeonato, enquanto na decisão do terceiro lugar a Pioneira venceu o Musa por 1 x 0.



domingo, 17 de março de 2024

PERSONAGENS & PERSONALIDADES: Ciro Machado do Espírito Santo (in memoriam)



Quem hoje ver falar de jogos do Campeonato Brasiliense sendo disputados no Estádio Ciro Machado do Espírito Santo (ou Defelê), talvez não saibam quem foi?

Natural de Jaraguá (GO), Ciro Machado do Espírito Santo foi admitido como Engenheiro do Departamento de Força e Luz, DFL, da NOVACAP, em 17 de março de 1959.
Assim que começou a trabalhar, ele já tinha em mente formar um time com a turma da empresa que disputava as peladas diariamente, ainda no ano de 1959. Além de ser um dos fundadores (em 1º de janeiro de 1960) do Defelê e dinâmico presidente, ele era um torcedor apaixonado.
Com ele na presidência, o Defelê venceu os campeonatos brasilienses de 1960, 1961 e 1962.
Quando, em 18 de dezembro de 1960, o Defelê inaugurou o seu campo, o nome não podia ser outro: Estádio Ciro Machado do Espírito Santo.
Na inauguração, o Defelê venceu o Grêmio, por 5 x 0. A compactação e terraplanagem (Patrol), colocação de cercas, gradis, construção de vestiário e nivelamento topográfico foi feito em cinco dias.
Depois de inaugurados os refletores do estádio, Ciro não pensava duas vezes para subir em um poste e conferir as instalações elétricas do local. Naquele momento, era mais torcedor do que engenheiro, tal a sua felicidade.
Apaixonado pelo Defelê, quando a partida estava difícil, Ciro ia para a lateral do campo e fazia gestos como se estivesse defendendo ou atacando.
Quem o conhecia dizia que Ciro jamais ficava na tribuna de honra. Ia ao vestiário e ainda se sentava no banco dos reservas, para incentivar os jogadores. Quando o clube excursionava, geralmente para amistosos em cidades no interior de Goiás e Minas Gerais, Ciro viajava com o time.
Se aparecesse algum jogador bom de bola, Ciro dava um jeito de empregá-lo, para jogar pelo Defelê. Não descansava enquanto não empregava um bom jogador na parte comercial do DFL.
Quando a nova diretoria da CEB (sucessora do DFL) retirou todo o apoio ao time, Ciro deixou o clube.
Chegou a concorrer à Prefeitura de Brasília, perdendo a indicação para Wadjô Gomide (de 31 de março de 1967 a 30 de outubro de 1969).
Ciro era um desportista completo. Quando foi Comodoro do Iate Clube de Brasília, no biênio 1967/1968, prestigiou todos os esportes praticados no clube.
Em 20 de setembro de 1968 foi nomeado para chefiar a Secretaria do Planejamento e Coordenação do Governo do Distrito Federal.
Posteriormente, foi convidado e aceitou o cargo de Secretário de Planejamento de Goiás, tendo morrido pouco depois, aos 43 anos.
Ciro Machado do Espírito Santo viveu até 1974. Era primo em 1º grau de Fernando Henrique Cardoso.






sábado, 16 de março de 2024

65 ANOS DA FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO DISTRITO FEDERAL


Em homenagem à aniversariante do dia, um pouco de sua história.

No dia 16 de março de 1959, numa memorável reunião na Cantina do IAPI, com a presença de cerca de cinquenta esportistas, foi fundada a Federação Desportiva de Brasília, sendo considerados clubes fundadores os seguintes: Clube de Regatas Guará, Esporte Clube Planalto, Central Clube Nacional, Rabello Futebol Clube, Pacheco Fernandes Dantas Futebol Clube, ASSIBAN, Associação Atlética Brasília, Novo Horizonte Atlético Clube, Expansão Futebol Clube, Associação Esportiva EBE, Paranoá Clube e Iate Clube, em número de 12 fundadores.
A seguir, reproduzimos, “ippsis litteris”, a ata da primeira reunião da FDB, naquele distante 16 de março de 1959:

ATA DA PRIMEIRA REUNIÃO DA ASSEMBLÉIA GERAL DA FEDERAÇÃO DESPORTIVA DE BRASÍLIA, REALIZADA EM DEZESSEIS DE MARÇO DE MIL NOVECENTOS E CINQÜENTA E NOVE

Aos dezesseis dias do mês de março do ano de mil novecentos e cinqüenta e nove, reuniram-se na cantina do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), às vinte e uma horas, de acordo com o Edital de Convocação previamente divulgado, os representantes dos clubes desportivos de Brasília para o fim especial de aprovar os Estatutos e fundar a “Federação Desportiva de Brasília”, elegendo ainda o Presidente e Vice-Presidentes da referida entidade.
Inicialmente foi constituída a Mesa Dirigente, integrada pelos seguintes membros: Tenente Agenor Rodrigues ou Ribeiro da Silva, Dr. Rodrigo José Coelho de Albergaria e Dr. Acary de Oliveira, Comandante Orlando Gaglionone e senhores Ernesto Lenk e Osvaldo Cruz Vieira. A seguir foram verificadas as credenciais de cada delegado, comprovando-se a presença dos seguintes representantes: Antônio Efigênio Gomes, pelo Banco de Crédito Real de Minas Gerais S.A.; Edmundo Prado e Gabriel da Costa Filho, pelo Central Clube Nacional; Cláudio Espínola Leal Costa e Cyro Torres, pela Construtora Pacheco Fernandes Dantas Ltda.; Carlos Magno Maia Dias, pelo Novo Horizonte Atlético Clube (IAPETC-Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas); Francisco José Meinberg, pelo Paranoá Clube e Aero Clube; Oswaldo Cruz Vieira, pelo Clube de Regatas Guará; Airton Pinheiro de Almeida, pelo IAPB-Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários; José Silva Laranjeira, pelo Rabello Futebol Clube, José da Silva Sobrinho, pelo Brasil Central Atlético Clube, Adonias Ferreira dos Santos pelo E.C. SAPS e ainda Duílio Costa, pela Construtora Planalto Ltda. participou da reunião.
Abertos os trabalhos pelo engenheiro Rodrigo José Coelho de Albergaria, foi dada a palavra ao Tenente Agenor Rodrigues, que fez circunstanciada exposição sobre os objetivos da reunião e agradeceu a presença dos representantes dos clubes que, assim, se propunham à criação da Federação Desportiva de Brasília.
Consoante a ordem do dia, foram colocados em discussão os Estatutos elaborados pela Comissão constituída pelos senhores Agenor Rodrigues, Rodrigo José Coelho de Albergaria e Inezil Penna Marinho, este último relator e, em seguida, submetidos à votação, tendo sido aprovados na íntegra. Imediatamente, por intermédio de seu representante, o Clube de Regatas Guará apresentou seu requerimento de filiação ao qual fez juntada de um exemplar de seus Estatutos, devidamente impressos.
A fim de que pudessem ser coordenados os trabalhos para a eleição do Presidente da Federação Desportiva de Brasília, foi a sessão suspensa por dez minutos.
Reiniciados os trabalhos, o representante do Central Clube Nacional de Brasília propôs que a eleição do Presidente se verificasse por aclamação, o que não pôde ser aceito face ao disposto nos Estatutos, que estabeleciam votação secreta para a eleição presidencial. Procedida a votação na forma estatutária, foram designados para escrutinadores os representantes do Aero Clube, do Novo Horizonte e do Central Clube Nacional de Brasília, que apresentaram o seguinte resultado da eleição para Presidente: Dr. Rodrigo José Coelho de Albergaria, nove votos, Tenente Agenor Rodrigues, dois votos, e Dr. Inezil Penna Marinho, um voto. O Presidente recém-eleito foi imediatamente empossado, tendo dirigido palavras de agradecimento e prometido envidar todos os esforços para a grandeza da novel Federação. O representante do Aero Clube propôs uma homenagem ao Tenente Agenor, pioneiro e incansável batalhador da organização da Federação. Usou ainda da palavra o representante da CAPFESP-Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários e de Empresas do Serviço Público para congratular-se com o Presidente recém-eleito e augurar-lhe as maiores felicidades em sua gestão. Após vários outros oradores, foi iniciada a votação para os três Vice-Presidentes, que apresentou o seguinte resultado:
Primeiro Vice-Presidente: Luiz Gonzaga Contart e Orlando Gaglionone, empatados com quatro votos; Arthur Salviano, três votos, e Dr. Acary de Oliveira, um voto;
Segundo Vice-Presidente: Teodoro Bayma de Carvalho, cinco votos; Luiz Gonzaga Contart, dois votos; Dr. Acary de Oliveira e Arthur Salviano, um voto;
Terceiro Vice-Presidente: Capitão Kleber Gomes Ferreira, cinco votos; Eduardo Prado, Ernesto Lenk, Orlando Gaglionone e Oswaldo Cruz Vieira, um voto cada.
Como a votação para Primeiro Vice-Presidente estivesse empatada, novo escrutínio foi realizado, que apresentou o seguinte resultado: Orlando Gaglionone, seis votos; Luiz Gonzaga Contart, cinco votos e um voto em branco.
O Presidente proclamou então os Vice-Presidentes eleitos, também imediatamente empossados pela Assembléia Geral, a saber: Primeiro Vice-Presidente: Orlando Gaglionone; Segundo Vice-Presidente: Teodoro Bayma de Carvalho e Terceiro Vice-Presidente: Capitão Kleber Gomes Teixeira.
Pelo representante do Central Clube Nacional de Brasília foi proposto e aprovado um voto de louvor ao doutor Inezil Penna Marinho pela presteza com que elaborou os Estatutos da Federação Desportiva de Brasília e o esforço dispendido para que se efetivasse a organização da citada Federação.
Devido ao adiantado da hora, propôs o Presidente que a eleição dos membros do Conselho Fiscal ficasse para a próxima reunião da Assembléia Geral, marcando-a para o dia primeiro de abril de mil novecentos e cinqüenta e nove, às vinte horas, no mesmo local, isto é, cantina do IAPI.

Na reunião seguinte (no dia 1º de abril de 1959) foram incluídos outros clubes na Federação, como filiados, a saber: Esporte Clube Brasília, Grêmio Esportivo Brasiliense, Esporte Clube Radium, Associação Atlética Bancária, Associação Desportiva de Taguatinga (ex-JK Futebol Clube), Brasil Central Atlético Clube (ex-Fundação da Casa Popular Futebol Clube), Brasil Esporte Clube (Coenge), Associação Atlética Kosmos, Associação Atlética Brasília Palace e CAPFESP Futebol Clube.
Com 12 fundadores e mais dez filiados, a Federação Desportiva de Brasília criou os seus departamentos especializados, tendo, para o Departamento de Futebol, sendo eleitos os seguintes esportistas: Tenente Agenor Ribeiro da Silva e Luiz Gonzaga Contart, os quais promoveram diversas reuniões com os clubes inscritos no Departamento, em número de 20, para a disputa do 1º campeonato de futebol da cidade.

O PRIMEIRO TORNEIO INÍCIO

Posteriormente, com a desistência do CAPFESP, este número ficou reduzido a 19 clubes, que disputaram o 1º Torneio Início de Futebol em Brasília.
O Torneio Início foi disputado no dia 24 de maio de 1959, no campo do Clube de Regatas Guará, denominado Estádio Provisório “Israel Pinheiro”, cercado de madeira em apenas poucos dias, dotado de alambrado e palanque.
Foi a festa esportiva mais empolgante já realizada em Brasília. Os 19 clubes disputantes realizaram o desfile inaugural, todos devidamente uniformizados, com a presença de autoridades e um numeroso público.
O Clube de Regatas Guará foi o vencedor do Torneio, denominado Torneio Início “Bernardo Sayão”, cabendo ao quadro da EBE o título de vice-campeã. Ao Grêmio foi conferido o título de campeão do Desfile, pois se apresentou como o melhor conjunto.

O PRIMEIRO CAMPEONATO

Uma semana depois, 31 de maio de 1959, teve início o primeiro campeonato de futebol de Brasília.
Os 19 clubes inscritos no primeiro campeonato de futebol de Brasília foram divididos em duas chaves: Zona Sul e Zona Norte. Da Zona Sul fizeram parte: Grêmio, Taguatinga, IPASE, EBE, Expansão, A.A. Bancária (IAPB), Guará, Brasil (Coenge) e Brasil Central; compuseram a chave da Zona Norte Planalto, Nacional, Rabello, Novo Horizonte, Assiban, A.A. Brasília Palace, Pacheco Fernandes Dantas F.C., E. C. Radium, A. A. Kosmos e E. C. Brasília.
O campeonato brasiliense chegou ao seu final nas disputas de zonas no dia 25 de outubro de 1959, quando foi realizada a última rodada.
O Grêmio venceu a Zona Sul e o Planalto a Norte. Os dois decidiram o título máximo do futebol de Brasília numa série “melhor-de-três”, da qual se saiu melhor o Grêmio Esportivo Brasiliense.
Com o nome de Federação Desportiva de Brasília permaneceu até o mês de dezembro de 1971.

A FEDERAÇÃO METROPOLITANA DE FUTEBOL

No jornal Correio Braziliense de 12 de dezembro de 1971, encontramos a seguinte manchete: FMF JÁ DIRIGE O FUTEBOL NO DF.
E segue em seu texto: “Federação Metropolitana de Futebol é o nome da entidade que rege os destinos do futebol brasiliense, em substituição à Federação Desportiva de Brasília. A decisão foi tomada ontem (11.12.1971), durante assembleia geral dos clubes inscritos oficialmente na FDB. Foram, igualmente, aprovados 42 dos 94 artigos dos estatutos da nova entidade, devendo os restantes serem apreciados pelos representantes dos clubes na próxima terça-feira (14.12.1971), quando será reiniciada a assembleia geral.
Presidida pelo dirigente máximo, Wilson de Andrade, a reunião teve início às 20 horas da sexta-feira, com a participação de sete dos oito clubes inscritos - mais uma vez ficou ausente o representante do Serviço Gráfico. Estiveram presentes Adolfo Rizza, do Colombo, Adelino Avelino, do Guará, Chagas Gomes, do Piloto, Sérgio Midosi Mey, do Carioca, Murilo Marques da Silva, do Grêmio, Amaro Freire Filho, do Ceub, e José Tôrres, do Jaguar.
No dia 7 o presidente Wilson de Andrade propôs a nova nomenclatura, assim como a reforma dos estatutos.
Nesse dia os representantes dos clubes filiados pediram vistas nos estatutos para uma análise mais apurada. Segundo alguns disseram, não havia nessa atitude desconfiança em relação ao trabalho elaborado pelo advogado Arlindo Ferreira Pinto, assistente de orientação da antiga FDB. Na sexta-feira, depois de analisarem detidamente o documento, aprovaram a maioria das mudanças, ficando de aprovar os restantes na próxima terça-feira.

MANDATO DO PRESIDENTE

Por cinco votos contra dois, a assembleia aprovou o mandato de dois anos para o presidente da FMF, ficando contra a proposta inicial dos estatutos, que era de quatro anos. O Grêmio queria um mandato de quatro anos, o Jaguar de três, porém os cinco restantes aprovaram dois anos de mandato. O presidente do TJD terá, também, mandato de dois anos e os membros do Conselho Fiscal, um ano. Ficou decidido, ainda, que o Conselho Arbitral será composto pelos presidentes dos clubes ou, então por delegados nomeados por eles.
Um dos artigos mais discutidos foi o do direito a voto de clube na assembleia geral da FMF. A proposta da presidência era de que cada clube teria direito a um voto, ficando o Guará com direito a dois, por ser fundador da antiga FDB. Logo depois, porém, o Grêmio alegou que, por serem os sete clubes presentes os legítimos fundadores da FMF, deveriam eles ter direito a dois votos, o que foi aprovado por unanimidade. O Serviço Gráfico, ausente, tem direito a um voto, assim como os que vierem a se filiar a FMF.

Ainda assim, os boletins oficiais da Federação passaram todo o ano de 1972 prestando suas informações com o papel timbrado da Federação Desportiva de Brasília.

A explicação para tamanha demora para a modificação no nome da entidade veio no Correio Braziliense de 11 de julho de 1973:
“O processo que solicita ao CND a alteração dos estatutos da Federação Desportiva de Brasília está em poder do Ministério da Educação, no gabinete do ministro Jarbas Passarinho. A informação é do Sr. Dayrell Sobrinho, Chefe do Departamento de Relações Públicas da FDB.
Adianta o informante que o processo já foi aprovado pelo CND, e aguarda somente a homologação do ministro Jarbas Passarinho, para que a FDB possa ser denominada Federação Metropolitana de Futebol”.

A FEDERAÇÃO BRASILIENSE DE FUTEBOL

A primeira menção ao novo nome da federação de futebol do DF aparece numa matéria do Correio Braziliense de 19 de fevereiro de 2005. Nela está escrito: “Na primeira sessão do ano, na noite de quinta-feira (17.02.2005), o Tribunal de Justiça Desportiva do Distrito Federal (TJD) ... da agora Federação Brasiliense de Futebol (FBF) ...
Quase dois meses depois, encontramos no site da CBF, a seguinte nota:

“11/04/2005 às 19h00
Federação Metropolitana de Futebol passa a ser Federação Brasiliense de Futebol

11/04/2005

CBF NEWS

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, recebeu nesta segunda-feira um comunicado oficial da mudança de nome da federação de futebol de Brasília, antes Federação Metropolitana de Futebol, agora Federação Brasiliense de Futebol.
O comunicado à CBF foi enviado pelo presidente da Federação Brasiliense de Futebol, Fábio Simão”.

A FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO DISTRITO FEDERAL

Em Assembleia realizada no dia 19 de novembro de 2015, o presidente da nova Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), Erivaldo Alves, juntamente com os representantes dos 24 clubes profissionais, aprovaram a mudança no estatuto da entidade.
Presidida pelo dirigente do Brasília Futebol Clube, Roberto Marques, a Assembleia teve como secretário o Diretor Financeiro da FFDF, Cícero Lima, além de Clever Rafael (vice-presidente da FFDF) e Elias Andrade (presidente do Paracatu-MG), que foram os mediadores das resoluções.
Na pauta estavam 82 artigos que foram lidos um a um, para que os representantes dos times pudessem opinar e, mudar o texto em consenso, caso fosse necessário. As medidas passaram a ser válidas a partir do término da Assembleia.
Eis os principais pontos modificados em relação ao estatuto anterior:
Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) será o nome da entidade a partir da mudança;
Extinção definitiva da Terceira Divisão do Campeonato Brasiliense;
Novas filiações de clubes serão possíveis somente a partir do ano 2020. A taxa de filiação será de 1.000 salários mínimos;
Somente presidentes, vice-presidentes e seus antecessores, além dos ex-presidentes e vices da FFDF poderão concorrer aos cargos de presidente e vice-presidente da entidade a partir do próximo pleito;
Para concorrer, os candidatos deverão ter no mínimo cinco anos de serviços prestados como dirigentes de futebol nos cargos citados no item anterior;
Para lançar uma chapa, o candidato deverá ser indicado por, no mínimo, cinco agremiações;
Somente candidatos “Ficha Limpa” poderão lançar candidatura à presidência e vice-presidência da FFDF;
O peso do voto de cada clube da Primeira Divisão passou a ser de 6 pontos. O voto dos clubes da Segunda Divisão passou a ser de 3 pontos. O voto será aberto nas eleições da entidade.



sexta-feira, 15 de março de 2024

OS CLUBES DO DF: Jaguar





O clube que viria a ser o Jaguar Esporte Clube, do Núcleo Bandeirante, foi fundado em 16 de março de 1968, nas dependências do Departamento Administrativo da Fundação Zoobotânica do Distrito Federal, com o nome de Clube Recreativo Fundação Zoobotânica.
Reuniram-se, entre outros, José Daniel Belluco, Clóvis Fleury de Godoy, João Batista de Lacerda, Malvino Araújo Xavier, Antônio Antunes Figueiredo, Hélio Batista de Deus, Mário Alves da Silva, André Vieira Macarini, Oscar Rodrigues da Costa, José Jerônimo Ferreira, Josino Lopes Viana e Vicente Pinto de Souza, com o intuito de desenvolver entre os funcionários desta Fundação a prática do esporte, bem como incrementar atividades sociais e culturais.
A primeira diretoria eleita ficou assim constituída: Presidente – José Daniel Belluco; 1º Vice-Presidente – Rádio Lima Fialho; 1º Tesoureiro – João Batista de Lacerda, 2º Tesoureiro – Joaquim Rodrigues de Souza; 1º Secretário – Josino Lopes Viana; 2º Secretário – Oscar Rodrigues da Costa e Diretor de Esportes – Malvino Araújo Xavier.
As cores oficiais do novo clube eram a preta e a branca. O primeiro uniforme era composto de camisa branca com detalhes em preto na gola e nos punhos, calção preto e meias brancas. O segundo tinha camisa com listras verticais pretas e brancas, calção branco e meias com listras horizontais pretas e brancas.
Alterou o nome para Jaguar Esporte Clube em Assembleia Geral de 12 de março de 1969.
Inicialmente, o Jaguar comunicou que disputaria o Campeonato do Departamento Autônomo em 1969. Mas, para este ano, a Federação Desportiva de Brasília resolveu promover um campeonato reunindo clubes amadores e profissionais.
Assim, o Jaguar nem chegou a disputar o campeonato do Departamento Autônomo, já fazendo sua estréia diretamente no campeonato oficial de Brasília.
Sua estreia aconteceu no dia 19 de abril de 1969, no Estádio Ciro Machado do Espírito Santo, do Defelê. Empatou em 1 x 1 com o CSU, clube da Universidade de Brasília.
Ao final do 1º turno, o Jaguar classificou-se em segundo lugar no Grupo A, um ponto atrás do líder, o Grêmio Brasiliense. Eram onze clubes no Grupo A e treze no B, dos quais os seis primeiros colocados passavam para a Fase Final. Nos dez jogos que disputou, o Jaguar venceu sete, empatou dois e só perdeu um (para o Piloto: 1 x 2). Marcou 16 gols e sofreu 5.
Na Fase Final não foi tão bem assim, empatando muitos jogos. Ficou com a terceira colocação no final, com 13 pontos ganhos, atrás do campeão Coenge (19) e do vice-campeão Grêmio Brasiliense (17).
Foram onze jogos, com quatro vitórias, cinco empates e duas derrotas. Marcou 18 gols e sofreu 11.
Sua formação básica foi Silva, Paulo Henrique, Dão, Noel e Felipe; Baiano e Pedrinho; Gildo (Zé Raimundo), Cascorel, Heitor e Reco.
Em 1970 ficou na quarta colocação do Torneio “Governador Hélio Prates da Silveira”, disputado por oito equipes.
No campeonato brasiliense de 1970, também ficou em quarto lugar na Primeira Fase, que classificava seis clubes entre os dez participantes para uma etapa decisiva. No turno final, ficou com a sexta e última colocação. Disputou cinco jogos, não venceu nenhum e perdeu quatro vezes (empatou um). Marcou apenas dois gols e sofreu nove.
Em 1971, venceu o Torneio Governador do Distrito Federal, com uma excelente campanha. Nos dez jogos que disputou, venceu oito, empatou um e perdeu um. Marcou 19 gols e sofreu 8.
Formou, basicamente, com Silva, Dão, Cláudio Oliveira, Noel e Mabinho; Lúcio e Jorrâneo; Zinho, Paulinho, Batista e Oliveira.
Logo depois, não repetiu suas boas atuações no campeonato brasiliense, disputado por apenas cinco equipes. Ficou na quinta e última colocação, vencendo apenas um dos oito jogos disputados.
No dia 1º de agosto de 1972 efetuou pedido de licença dos campeonatos e torneios da Federação pelo prazo de um ano.
Retornou em 1973, disputando o campeonato brasiliense daquele ano com mais nove equipes e chegando na quarta colocação (17 jogos, 8 vitórias, 2 empates e 7 derrotas; 18 gols a favor e 20 contra). Seu artilheiro no campeonato foi Tita, com 7 gols. Por outro lado, conquistou a Taça Disciplina, com seis pontos negativos.
Defenderam o Jaguar em 1973: Goleiros - Carlão (o que mais jogou), Zé Luís, Cacalo, Noel e Rodolfo; Defensores - Aderbal, Leocrécio, Dão, Pedro Pradera, Décio, Salvador, Ventura, Lúcio, Nenê e Waldo; Meio de Campo: Capela, Pedrinho, Paulinho, Djalma, Felipe e Ceará; Atacantes - Cafuringa (que depois virou Junior Brasília), Ariston, Max, Carlinhos, Baiano e Tita. O técnico foi Airton Nogueira.
Venceu o primeiro turno do campeonato brasiliense de 1974 e ficou atrás do Pioneira no segundo, posicionamentos que tornaram obrigatória a decisão do campeonato em melhor-de-três.
Perdeu os dois jogos para o Pioneira e ficou com o vice-campeonato.
No segundo jogo, em 8 de dezembro de 1974, atuou com apenas dez jogadores. Jogou desfalcado de quatro titulares: Leocrécio, Salvador, Décio e Ariston, que viajaram com a equipe de juvenis do Ceub, emprestados ao clube universitário para a disputa da Taça Cidade de São Paulo de Juniores. Um dos jogadores de linha, Roberto, era goleiro.
Fizeram parte do time vice-campeão brasiliense de 1974 esses jogadores: Goleiros - Josué, Roberto e Rodolfo; Zagueiros - Leocrécio, Kidão, Elci, Salvador, Décio, Claudinho, Nonoca e Nenê; Meio de Campo - Capela, Luiz Antônio, Ariston, Carlinhos e Wellington; Atacantes - Fernando, Junior Brasília, Vicente, Jorge Luiz, Tita e Djalma. Anísio Cabral de Lima foi o técnico que mais esteve à frente da equipe.
Em 5 de junho de 1975, o Jaguar solicitou licença pelo prazo de um ano, por não dispor de recursos para participar do certame oficial daquele ano.
Em 1976, o profissionalismo foi definitivamente implantado no futebol do Distrito Federal. O Jaguar nunca mais voltou a disputar uma competição oficial.






quinta-feira, 14 de março de 2024

GRANDES RESULTADOS DO FUTEBOL BRASILIENSE: o Sobradinho no Campeonato Brasileiro de 1986


Apenas uma vez o Sobradinho participou do Campeonato Brasileiro da Série A. Isso aconteceu em 1986, quando a competição nacional foi disputada por 44 equipes. Na Primeira Fase esses 44 clubes foram divididos em quatro grupos iguais. Os sete primeiros colocados de cada grupo e os oito de melhor índice técnico entre os não classificados passaram para a Segunda Fase.
O Sobradinho ficou na sétima colocação no Grupo A, com a seguinte campanha: 10 jogos, 3 vitórias, dois empates e cinco derrotas; oito gols a favor e doze contra. Na Segunda Fase, fez parte do Grupo D, onde ficou a nona e última colocação.
Ficou com a 34ª colocação na classificação final, entre os 48 clubes participantes.
Se não obteve uma boa colocação, pelo menos em cinco ocasiões, andou incomodando alguns grandes clubes do futebol brasileiro, curiosamente cinco empates e um em cada mês de disputa da competição.

No mês de setembro, no dia 2, recebeu o São Paulo, no Mané Garrincha. Com um futebol organizado e mostrando muito entusiasmo, o Sobradinho não se intimidou diante do São Paulo. O tricolor paulista, que viria a ser o campeão brasileiro desse ano, mesmo jogando fora de casa, era favorito para vencer o encontro, porém, não encontrou moleza no Sobradinho e quase saiu derrotado do jogo, só conseguindo o empate aos 43 minutos do segundo tempo.

SOBRADINHO 1 x 1 SÃO PAULO
Data: 02.09.1986
Local: Mané Garrincha, Brasília (DF)
Árbitro: Pedro Carlos Bregalda (RJ)
Renda: Cz$ 309.175,00
Público: 9.741 pagantes
Expulsão: Careca, do São Paulo
Gols: Toinzé, 82 e Zé Teodoro, 88
SOBRADINHO: Bocaiúva, Carlão, Ari, Toinzé e Claudinho; Demétrio, Wellington e Filó; Régis, Toni e Jamil (Michael). Técnico: José Antônio Furtado Leal.
SÃO PAULO: Gilmar, Zé Teodoro, Fonseca, Adilson e Éder Taino; Bernardo, Silas (Quinho) e Pita; Müller, Careca e Manu (Marcelo). Técnico: Zé Carlos Paulista.

O Sobradinho foi até Curitiba ainda sonhando com a sétima vaga para a Segunda Fase. Enfrentou um Coritiba sem qualquer chance de classificação, mesmo pelo critério técnico que classificaria quatro clubes, independente de grupo, teve uma atuação pior do que a do clube paranaense. Sua luta para buscar o resultado foi premiada com um belo gol de Filó.

CORITIBA 1 x 1 SOBRADINHO
Data: 05.10.1986
Local: Couto Pereira, Curitiba (PR)
Árbitro: Valquir Pimentel (RJ)
Renda: Cz$ 8.340,00
Público: 431 pagantes
Gols: Índio, 54 e Filó, 74
CORITIBA: Rafael, André, Newmar, André Luís e Hélcio (Evandro); Marildo, Almir e Tostão; Geraldo, Índio e Lela. Técnico: Dirceu Krüger.
SOBRADINHO: Bocaiúva, Carlão, Ari, Tobias e Lourenço; Demétrio, Filó e Mauro; Régis, Toni (Idevaldo) (Wellington) e Jamil. Técnico: José Antônio Furtado Leal.

Melhores momentos:

O Sobradinho perdeu uma grande chance de derrubar o invicto Atlético Mineiro. O Sobradinho fez sua melhor apresentação no campeonato, esteve à frente do marcador durante os primeiros 45 minutos de jogo e só não venceu porque o árbitro inventou a marcação de uma falta à frente da grande área que ocasionou o empate do Atlético Mineiro.

SOBRADINHO 1 x 1 ATLÉTICO MINEIRO
Data: 16.11.1986
Local: Mané Garrincha, Brasília (DF)
Árbitro: Dulcídio Wanderley Boschilia (SP)
Renda: Cz$ 250.225,00
Público: 7.781 pagantes
Gols: Filó, 37 e Zenon, 77
SOBRADINHO: Déo, Chiquinho, Carlão (Zé Nilo), Tobias e Lourenço; Demétrio, Filó e Wellington; Régis, Toni e Jamil. Técnico: Bugue.
ATLÉTICO MINEIRO: Pereira, Joel (Vander Uberaba), Batista, Luisinho e João Luís; Elzo, Everton e Zenon; Paulo Isidoro (Vander Luís), Nunes e Renato. Técnico: Hílton Chaves.

O Corinthians pressionou o Sobradinho durante todo o jogo, dominou as ações nos dois tempos, mas não soube superar a retranca montada pelo clube do DF. Resultado final: 0 x 0.

CORINTHIANS 0 x 0 SOBRADINHO
Data: 04.12.1986
Local: Pacaembu, São Paulo (SP)
Árbitro: Manuel Amaro de Lima (PE)
Renda: Cz$ 240.640,00
Público: 9.941 pagantes
CORINTHIANS: Carlos, Édson, Luís Pereira, Jatobá e Jacenir; Wilson Mano, Márcio (Ricardo) e Biro-Biro; Eduardo, Edmar e João Paulo. Técnico: Jorge Vieira.
SOBRADINHO: Bocaiúva, Chiquinho, Ari, Arnaldo e Jerônimo; Demétrio, Wellington (Zé Nilo) e Filó; Régis, Toni e Jamil (Nilson). Técnico: Bugue.

Já eliminado da Terceira Fase, o Sobradinho foi até o Mineirão enfrentar um dos mais fortes candidatos ao título de campeão brasileiro de 1986, o Atlético Mineiro. Saiu na frente, permitiu o empate, teve dois jogadores expulsos, e saiu com um grande resultado.

ATLÉTICO MINEIRO 1 x 1 SOBRADINHO
Data: 25.01.1987
Local: Mineirão, Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Aluísio Viug (RJ)
Renda: Cz$ 192.502,00
Público: 11.176 pagantes
Expulsões: Jamil e Régis, do Sobradinho
Gols: Rildo, 24 e Nelinho (pênalti), 59
ATLÉTICO MINEIRO: Pereira, Nelinho, Batista (João Pedro), Luisinho e Paulo Roberto; Elzo (Vandinho), Zenon e Everton; Renato, João Paulo e Edivaldo. Técnico: Hilton Chaves.
SOBRADINHO: Bocaiúva, Chiquinho, Rildo, Arnaldo e Jerônimo; Zé Nilo, Filó e Michael; Wellington (Nilson), Régis e Jamil. Técnico: Déo de Carvalho.