terça-feira, 19 de março de 2024

CRAQUES DE ONTEM E DE HOJE: Renaldo


Renaldo Lopes da Cruz nasceu em Cotegipe (BA), no dia 19 de março de 1970.

No Guará
Renaldo começou nas categorias de base do Clube de Regatas Guará, do DF. Com Renaldo marcando decisivos gols, o Guará conquistou pela primeira vez o campeonato brasiliense de juniores de 1990.
Em janeiro de 1991, o Guará foi o representante do futebol brasiliense na Copa São Paulo de Juniores. O Guará não realizou uma boa campanha, mas foi a primeira oportunidade que Renaldo teve para mostrar que tinha futuro como atacante.
Logo depois, mais precisamente no dia 4 de maio de 1991, Renaldo fez sua estreia na equipe titular do Guará, no CAVE, no empate em 1 x 1 com o Ceilândia. O primeiro gol entre os profissionais aconteceria uma semana depois, no Mané Garrincha, na vitória de 2 x 1 sobre o Taguatinga.
Ao todo foram 27 jogos com a camisa do Guará, tendo marcado cinco gols.
Também em 1991, Renaldo foi convocado para defender o DF no Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, promovido pela CBF, mas que não teve encerramento.
Para coroar seu brilhante ano, em dezembro de 1991, a Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos (ABCD) premiou com troféus e medalhas os três atletas que mais se destacaram ao longo da temporada de 1991, em 42 modalidades esportivas. No futebol os três indicados foram Renaldo, do Guará, e Dorival e Carlinhos, do Taguatinga. Renaldo foi o vencedor.

Antes de ser encerrado o ano de 1991, o dirigente José Carlos Farinhaki, do Atlético Paranaense, que tinha vislumbrado em Renaldo um grande talento, o levou para jogar no rubro-negro paranaense. Apesar de ir bem nos treinos, Renaldo não tinha chance no time de cima. O técnico Geraldo Damasceno não o colocava entre os titulares.
Como muitas vezes acontece, os diretores insistiam para que o técnico pelo menos relacionasse o jovem atacante para o banco de reservas para os jogos do Atlético Paranaense no Campeonato Brasileiro de 1992. Na quinta rodada, no dia 20 de fevereiro de 1992, o Atlético Paranaense levou um chocolate do Cruzeiro no Mineirão: 4 x 0. Renaldo estava no banco, mas não entrou. No jogo seguinte, no dia 23 de fevereiro, contra o Bahia, na Fonte Nova, ele estava no banco. Aos trinta minutos do segundo tempo, Geraldo Damasceno tirou João Carlos para a entrada de Renaldo. Logo em sua primeira jogada, Renaldo tabelou com Carlinhos e recebeu na área para escorar de cabeça e fazer o terceiro gol do time paranaense, o gol da vitória de 3 x 2. No jogo seguinte, dia 7 de março, contra o Goiás, no Pinheirão, o Atlético ganhou por 2 x 0 e Renaldo já estava no time titular. 
Renaldo começou a despontar no jogo do dia 14 de março, contra o Atlético Mineiro, no Mineirão. O Atlético Paranaense ganhou de 3 x 2, com dois gols de Renaldo. Naquele Brasileiro, Renaldo ainda marcaria nos empates no Pinheirão, contra o Sport Recife, e contra o Guarani. Ele começava a se destacar no Atlético Paranaense, terminando a competição como artilheiro da equipe, com cinco gols. 
Logo depois de encerrado o campeonato brasileiro, Renaldo foi com o Atlético Paranaense a uma excursão invicta à Europa. Encerrou o ano disputando o campeonato paranaense pelo Atlético.
Os dois gols marcados por Renaldo contra o Atlético Mineiro, porém, não foram esquecidos pelos dirigentes desse clube, que o levaram em 1993 para Belo Horizonte.

No Atlético Mineiro viveu sua melhor fase.
Fez sua estreia no dia 19 de agosto de 1993, na derrota para o Fluminense, por 2 x 0.
Atuou no Atlético Mineiro até 1996. Com boas atuações, conquistou as artilharias do Campeonato Mineiro de 1995 (quando também foi campeão estadual) e o Brasileiro de 1996, com 13 e 16 gols (ao lado de Paulo Nunes), respectivamente. Na sua primeira passagem pelo Atlético Mineiro, fez 159 jogos e marcou 74 gols.
A fase era tão boa que Renaldo foi convocado pelo técnico Zagalo para a Seleção Brasileira. E disputou pelo Brasil uma partida amistosa contra Camarões, no dia 13 de novembro de 1996, no Pinheirão, em Curitiba. O Brasil ganhou de 2 x 0, gols de Djalminha e Giovanni.

No La Coruña
Seu bom momento chamou a atenção do presidente do Deportivo La Coruña, da Espanha, Augusto César Lendoiro, admirador confesso do futebol brasileiro. Firmou então um contrato de quatro temporadas com o clube espanhol.
Quando Renaldo chegou ao La Coruña, para disputar a temporada 1996/1997, para ocupar a vaga do ídolo Bebeto, deu uma declaração que jamais deixaria de persegui-lo. Disse ele ao ser entrevistado: “Sou uma mescla de Ronaldo com Rivaldo”.
Não teve uma boa passagem pelo La Coruña. Sofreu com o falecimento de seus pais nos meses de fevereiro e março de 1997 e de um irmão, além da enfermidade de um filho, que permanecera gravemente doente no Brasil. As viagens ao Brasil por esses motivos tornaram-se uma constante e dificultaram sua adaptação às competições europeias.
Enfrentando todos esses problemas, ainda assim se esforçou para reduzir ao máximo suas ausências e colocar-se à disposição do treinador. 
Sua estreia, frente ao Barcelona, na 18ª rodada do Campeonato Espanhol, foi com derrota por 1 x 0 em casa. O primeiro dos cinco gols que faria pelo clube saiu na rodada 23 (empate contra o Celta de Vigo por 2 x 2). Seus outros tentos seriam marcados contra o Real Oviedo (2), Racing Santander e Valencia.
Conquanto o time tenha assegurado a terceira colocação no campeonato nacional, atrás apenas de Real Madrid e Barcelona, havia no La Coruña uma disposição de não contar com o futebol de Renaldo.

Todavia faltavam três anos de contrato e a solução encontrada pela diretoria do La Coruña foi emprestá-lo, fato que ocorreu em três ocasiões: a primeira delas, no Corinthians, onde jogou 28 partidas no período 1997/1998 e marcou apenas dois gols. Devolvido ao La Corunã, voltou à Espanha para defender o Las Palmas, da Segunda Divisão, onde disputou 50 partidas em dois anos e anotou 14 gols.
Logo depois, ainda na Segunda Divisão espanhola, defendeu o Lleida na temporada 1999/2000, disputando 17 jogos e marcando oito gols.
Depois que terminou seu contrato com o La Coruña, foi contratado para a temporada 2000/2001, pelo Extremadura, da Segunda Divisão da Espanha, marcando apenas um gol em quinze jogos e ainda viu seu time ser rebaixado.

No América Mineiro
Durante o período de férias, Renaldo recebeu notícias do interesse de outro clube de Minas Gerais, o América, de Belo Horizonte. No campeonato mineiro de 2002 anotou quatro gols nos vinte jogos que disputou com o América.
Retornou ao Atlético Mineiro para a disputa do Campeonato Brasileiro. Em 24 ocasiões, assinalou 5 gols.
Seu último jogo no Atlético Mineiro foi em 27 de novembro de 2002, com derrota para o Corinthians, por 2 x 1.
No total pelo Atlético Mineiro foram 183 jogos e 79 gols.
Em 2003, no Paraná Clube, voltou a ser o grande artilheiro de outros tempos, marcando 30 gols em 41 jogos pelo Campeonato Brasileiro desse ano, perdendo o primeiro posto entre os artilheiros da competição para Dimba, do Goiás, que marcou 31. Luís Fabiano, do São Paulo, também marcou 30 gols.

Esse ótimo desempenho chamou a atenção do FC Seoul, da Coréia do Sul, que o contratou em 2004. No time coreano jogou 11 partidas e anotou um gol apenas. Nesse mesmo ano regressou ao Brasil.
Desde então, Renaldo foi trocando de clube, ano após ano:

No Ceilândia
2004 – Palmeiras (9 jogos, nenhum gol)
2005 – Paraná e Coritiba
2006 – Náutico e Vitória-BA
2007 – Ceilândia (um jogo, um gol)
2008 – Democrata, de Sete Lagoas (MG) e Capital (DF)
2009 – Dom Pedro II (doze jogos e cinco gols) e Capital (DF), na Terceira Divisão do DF
2010 – Serrano, de Prudentópolis (PR)

No Dom Pedro II
Em janeiro de 2011 assinou contrato com o Esporte Clube Itaúna (MG), onde seguiu jogando com 40 anos. Nesse mesmo ano foi contratado pelo Vilavelhense, do Espírito Santo, seu último clube como profissional.
Retornou para Curitiba, onde passou a morar e disputar campeonatos de futebol amador.

CURIOSIDADE

Renaldo tinha a fama de não perder pênaltis. Ele próprio vivia alardeando esse fato.
Mas no futebol não há mal que dure sempre e nem bem que nunca acabe. Por isso, no dia 9 de julho de 2005, ele perdeu dois pênaltis numa mesma partida contra o Figueirense, no Pinheirão. Uma falta de sorte que não prejudicou o Paraná Clube que acabou vencendo o adversário por 3 x 0. E assim a partida terminou com um goleiro, Edson Bastos, derrotado embora tenha defendido dois pênaltis e um centroavante vencedor chateado porque errou as duas cobranças. O mais interessante é que o jogador tinha crédito com a torcida e em vez de ser vaiado, saiu de campo aplaudido.

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